A
segunda geração do Peugeot 208, que chega agora ao Brasil vinda da Argentina
por preços a partir de R$ 74.990, não faz uma estreia discreta. O hatch, que
substitui a versão produzida no Brasil, e se destaca pelo visual e por ser o
primeiro modelo à venda no País feito sobre a nova plataforma do Grupo PSA.
Com essa base, batizada de CMP, o compacto
deixou de ser apenas um rostinho bonito na multidão, como já acontecia, embora
em menor intensidade. O novo 208 é robusto e tem tudo para elevar o tom da marca
nas rodas de conversa sobre automóveis. E inova ao oferecer, além de motor 1.6
flexível, uma versão elétrica.
Esqueça aquele hatch totalmente voltado para o
conforto, com suspensões macias, cuja carroceria inclinava muito nas curvas
fechadas. O novo 208 tem comportamento similar ao dos melhores do segmento –
leia-se Volkswagen Polo.
O hatch absorve muito bem os impactos causados
pelas imperfeições das vias e encara as curvas de forma até um tanto esportiva.
É uma elevação de parâmetro gigantesca em relação à versão anterior – tudo
graças principalmente à CMP.
Aliás, guarde esse nome, já que a nova
plataforma será usada também nos próximos compactos da Fiat, como a futura
geração do Argo. Isso porque, com a união da PSA com a FCA, as marcas deverão aproveitar
o que cada uma tem de melhor.
Outro aspecto importante é o nível da eletrônica
embarcada. Isso salga bastante o preço da versão Griffe, de topo da linha, como
a avaliada, e que começa em R$ 94.990. Mas inclui assistente de manutenção em
faixa de rodagem, leitor de placas, alerta de risco de colisão com frenagem
automática de emergência e ajuste automático do facho do farol alto, entre
outros recursos. Isso coloca o 208 no topo do segmento de compactos, sejam
hatches, sedãs ou SUVs.
MOTOR
Talvez por causa do leitor de placas e o limite
de velocidade ser de 50 km/h em quase todos os lugares, a Peugeot deve ter
imaginado que a entrega do motor poderia ser um mero detalhe. Por isso, colocou
o que tinha na prateleira mais próxima, ou seja: o 1.6 de até 118 cv a 5.750
rpm e 15,2 mkgf a 4.000 rpm com etanol. O câmbio é automático de seis
velocidades da Aisin, que troca as marchas no tempo certo, sem vacilos.
Na prática, o novo 208 tem o mesmo poder de fogo
do modelo anterior. Não dá para dizer que o carro é lento, até porque ele é
leve (1.178 kg) e certamente vai atender à maioria dos motoristas do Brasil.
Mas não os mais empolgados. Esse vão pegar a
chave, chegar perto desta belezura de carroceria, se acomodar na perfeita
posição de dirigir, pisar no pedal do acelerador com malícia e se decepcionar
com o recato.
ACABAMENTO
Por dentro, tudo no novo 208 é feito para a
agradar o motorista. O acabamento é muito bom. Há materiais de qualidade e
modernidades que ainda não tinham sido vistas em hatches compactos no Brasil.
Há dois destaques: o i-Cockpit 3D e os bancos. O
primeiro, disponível a partir da versão Allure (R$ 89.490), mostra todos os
itens do painel como se fossem em terceira dimensão, de forma bastante moderna
e igualmente funcional.
Já os assentos têm, nas primeiras unidades da
versão Griffe oferecidas no período de lançamento, forração de Alcantara, que
deixa o desenho muito bonito e com uma pegada bem esportiva. A ergonomia é
ótima, com todos os comandos à mão. Já o porta-malas, de 265 litros, tem 10 l a
menos de capacidade que o do Chevrolet Onix.
FICHA TÉCNICA
Preço sugerido: R$ 94.990
Motor: 1.6, 4 cil., 16V, flexível
Potência (cv)*: 118 a 5.750 rpm
Torque (mkgf)*: 15,2 a 4.000 rpm
Câmbio: Automático, 6 m.
Comprimento: 4,05 metros
Porta-malas: 265 litros
Peso: 1.178 kg
*DADOS COM ETANOL; FONTE: PEUGEOT
PRÓS E CONTRAS
PRÓS – SUSPENSÕES
Um dos destaques do hatch é o bom acerto do
sistema, que oferece tanto conforto quanto estabilidade.
CONTRAS – MOTOR
O desempenho do 1.6 não chega a ser ruim, mas
não combina com a modernidade do carro.
Peugeot 208 encanta pelo visual, mas merece motor melhor
